sábado, 9 de agosto de 2008

Merchandising na TV ameaçado

por Caio Costa (publicitário. Escreve diariamente em seu Blogcitário: www.blogcitario.com)

O Ministério Público está querendo intervir no merchandising que é praticado na tv, principalmente nas novelas.

Saiu na Folha de São Paulo que o procurador da República Fernando de Almeida Martins disse que o merchandising social inserido de forma sutil nos programas ou nas cenas de novelas é ilegal. Ele se baseou no artigo 36 do Código de Defesa do Consumidor, que determina a identificação imediata por parte do consumidor do que seja publicidade.

Quando falamos em merchandising televisivo, na maioria das vezes pensamos naquelas cenas constrangedoras em novelas onde os atores falam de forma totalmente forçada sobre as qualidades do produto x. O cliente deve até ficar satisfeito em ver um global falando sobre o seu produto, mas ele esquece que o “filho” da empresa é um intruso, encarado como um mal necessário para encher mais os cofres da emissora.

Mas nem todo merchandising praticado em novelas é tão chato e irrelevante. Existe o merchandising social, que levanta a bandeira de causas nobres, como Manoel Carlos e Glória Perez fizeram em algumas das suas novelas. Um das novelas, por exemplo, fez campanhas para encontrar pessoas desaparecidas.

Portanto, eu acredito que o joio do merchandising televisivo deve ser combatido, para o bem dos autores, que não serão mais obrigados a escrever cenas que não tem nada a ver com a trama e também para as marcas, que deixarão de ser encaradas como intrusas no programa favorito dos telespectadores.




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