Foi num jantar informal entre amigos, há cerca de um ano e meio, que surgiu um bate-papo envolvendo os nomes das agências W/ e McCann Erickson.
Washington Olivetto, hoje chairman da WMcCann e Chief Creative Officer do McCann Worldgroup para América Latina e Caribe, e Marcio Moreira, vice-chairman mundial do McCann Worldgroup, acompanhados de suas respectivas esposas, conversavam sobre as agências, quando o dono da W/ disse ao amigo que tinha "profundo respeito pela postura ética da McCann".
Passados cerca de sete meses, o colóquio informal dava sinais de que o primeiro passo para "algo mais sério" poderia acontecer.
Moreira ligou para Olivetto e o convidou a ter um encontro com Luca Lindner, presidente do McCann Worldgroup para a América Latina e Caribe.
"Eu mal conhecia o Luca, eu o havia visto apenas uma vez, na casa dele, num jantar em homenagem ao Marcio (Moreira), mas nem havíamos conversado", lembra Olivetto.
"Tivemos, então, um encontro, e o mais interessante é que nos identificamos muito. Posso dizer que o Luca é o grande mentor dessa história toda. Nossas ideias bateram bastante, tivemos uma identificação muito boa, o que foi essencial para que o projeto de união entre W/ e McCann crescesse", observa. "Hoje somos grandes amigos", completa.
Neste período de cerca de 11 meses, Olivetto e Lindner se encontraram diversas vezes, sempre com o compromisso de manter a confidencialidade das negociações.
"Demorou um pouco porque as ideias iam surgindo e ampliávamos o projeto. Por exemplo, quando foi proposto que eu assumisse, além do cargo de chairman, o de Chief Creative Officer do McCann Worldgroup para América Latina e Caribe, o Luca teve que conversar com todos os executivos dos escritórios da McCann dessas regiões", explica Olivetto.
O desfecho daquela conversa informal entre amigos, como já se sabe, foi a criação da WMcCann, que tem como sócios a McCann Erickson, Washington Olivetto e Paulo Gregoraci (vice-chairman de operações e mídia) e cuja união foi oficializada nesta segunda-feira, 26.
Olivetto conta que, no próximo dia 01º, dia da "feijoada" simbólica que marcará o início das atividades da nova agência, já estará na porta do prédio da McCann Erickson, na Vila Clementino, em São Paulo, a placa "WMcCann".
"Estamos passando por uma pequena reforma e a mudança deverá acontecer nos próximos 15 dias", explica Olivetto.
A reforma, segundo promete o publicitário, não se aplica apenas ao espaço físico da sede, mas a ideia é que haja uma reestruturação no modo de se enxergar a publicidade e a criação.
Segundo ele, a pretensão é "fazer com que a WMcCann impulsione uma total revalorização da criação na publicidade brasileira e mundial", aponta.
"Queremos criar campanhas que não apenas vendam - que é a nossa obrigação - mas que também façam parte do imaginário e da cultura popular, que sejam repetidas pelo público. É isso que apaixona na publicidade, isso é que é apaixonante", afirma.
Com relação aos 10 diretores de criação que irão se manter na WMcCann, oito deles focados na propaganda off line e dois em digital, Olivetto considera um número bom "para o tamanho do negócio".
"Principalmente porque teremos diretores 'fazedores' e não 'julgadores'", diz o chairman, garantindo que todos os profissionais da agência irão "botar a mão na massa".
Olivetto destaca ainda, como também declarou Lindner ao Clubeonline (leia aqui), que a WMcCann será "radicalmente" contra inscrição de peças fantasmas em premiações. "Iremos inscrever mais trabalhos do que a W/ vinha colocando, mas com uma postura seletiva", afirma. "Isso porque havia uma percepção no mercado de que a W/ era uma agência muito premiada, então, tínhamos dado uma freada neste quesito. Agora, é diferente, vamos inscrever mais, mas somente nos melhores festivais", garante.
Daqui a sete anos, o publicitário será "embaixador criativo" da WMcCann. Ele conta que, como "trabalha muito", decidiu colocar um prazo para se distanciar do dia-a-dia do Grupo.
"Como embaixador de criação, irei discutir, por exemplo, tendências com o pessoal de Londres ou conversarei com um prospect em Nova York que tenha interesse em países com cultura mais emocional, por exemplo", detalha Olivetto.
Falando nele...
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