Essa semana falei com uma amiga (que tá estudando pra ser Redatora) a respeito de estágio, e ela está trabalhando é uma agência de publicidade super conceituada aqui no Rio de Janeiro, só que simplesmente ela não ta ganhando um tostão pra criar suas frases mirabolantes. Eu que estudo pra ser uma futura Diretora de Arte, não estou trabalhando no que eu quero me profissionalizar, mas estou muuuuuuuuitoo feliz com meu estágio como Web Designer da Rádio Cidade, todo o meu esforço lá vale a pena, sou recompensanda, remunerada e muitíssimo respeitada lá, aí tô eu entrando no site do CCSP e dou de cara com esse texto. Confiram:
"A Paris Hilton vestiu um micro-vestido, pegou uma cerveja na geladeira e ganhou mais de um milhão. A Tessália fez (supostamente) um polêmico blowjob em rede nacional e vai faturar uma bolada – sem duplo sentido – da Playboy. Até quem doa sangue ganha pelo menos um lanchinho no final. Só o maltrapilho do estagiário é que continua de mãos abanando. Tudo bem que muitos não fazem nada, mas sejamos francos, se contratou tem que pagar.
O mercado vive comentando sobre o desempenho das agências brasileiras nos prêmios internacionais. Mas, por que não olhamos para nosso próprio umbigo? Longe dos holofotes, outra questão há muito tempo está presente na rotina dos criativos. Cá entre nós, quem foi que inventou que estagiário de propaganda é um cara obrigatoriamente não-remunerado?
É por essas e outras que nosso país é um dos líderes em desigualdade social. Enquanto muitos diretores de criação vão para as agências dirigindo carros importados, pensando nos próximos leões, os estagiários estão aí, sonhando apenas com um vale-transporte. E são os pais que pagam o pato, e também a passagem, o almoço e até o cursinho de portfolio.
Tenho uma sugestão. Não é original mas vai ajudar. Nossa própria seleção de rugby já fez isso antes. Vamos juntar vários estagiários, de diferentes áreas, criação, mídia, produção e atendimento (esta principalmente). Com todos reunidos, faremos um calendário no melhor estilo “nu-artístico”, recheado de peitos, bundas e outras coisas bem menos suntuosas. Assim, levantaríamos algum dinheiro e, de quebra, a galera da agência ganharia 12 páginas bastante sugestivas para folhear.
No final do ano faríamos uma promoção para queimar o estoque. Comprou um anuário levou um calendário. Na época, um redator famoso fica encarregado de fazer um título sem essa rima pavorosa.
No ano seguinte a mesma coisa. Centenas de recém-formados prontos para tirar a beca (só tomem cuidado quando forem jogar os canudos) e posar para as novas fotos que vão dividir as prateleiras com os anuários. Os estagiários finalmente vão poder mostrar em casa o que fizeram na agência. Mesmo que isso não seja nenhum motivo de orgulho.
Será que esse tal mercado da propaganda não tem condições de garantir o mínimo possível para seus estagiários? Será que as agências vão continuar adotando esta prática tão mesquinha e exploradora? Será que a única maneira de um profissional mostrar seu talento é ficando de barriga e bolsos vazios? Chega de serás. Já passou da hora de mudar de atitude. Para terminar, quero deixar claro que minha intenção não é fazer nenhuma apologia à pornografia, mas é que trabalhar de graça por si só já é uma puta sacanagem.
Marcelo Fernandes - redator carioca"
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Um comentário:
Olá, Raíssa (mesmo nome da minha prima)!
Que bom que me visitou lá no blog e que estamos conectados no Twitter. Seu blog é realmente muito bom e muito bem escrito.
Estou satisfeito em poder trocar ideias com você a qualquer hora.
Beijos e sucesso!
Matheus
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